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Entrevista com Ronen Antunes

01/01/2008 08:32:36

Flávio Azevedo

“Penso que ao longo dos anos as pessoas se acostumaram com obras sem expressão, mas nós damos o melhor para a população”. As palavras do Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos de Rio Bonito, Ronen Franklin Mendonça Antunes, podem explicar porque ele é considerado por muitos como o melhor secretário da administração José Luiz Antunes: a vontade de fazer sempre o melhor. Em entrevista exclusiva ao Folha da Terra, na tarde da última segunda-feira (09), no Bosque Bela Vista, o secretário comentou sobre as obras do Mercado Municipal e do Centro Administrativo que será construído na área da antiga Nadisa, entre outros temas. Além disso, ele anunciou que o município ganhará mais três áreas de lazer, em Boqueirão, Praça Cruzeiro e Rio do Ouro, que “terão a mesma grandiosidade daquela que a prefeitura construiu no Parque Andréia”. De acordo com o secretário, os próximos bairros que receberão obras de saneamento são: Flor dos Cambucás e Viçosa, e “as obras deverão começar em agosto”.
Aos 33 anos, ele é casado, pai de dois filhos, formado em administração e está concluindo Marketing. Administra um orçamento de cerca de R$ 13,5 milhões e um grupo de cerca de 500 funcionários. O secretário se destaca no cenário político por dirigir a Secretaria que recebe uma atenção particular do prefeito, “um homem de grande poder de administração e empreendedorismo”, diz Ronen.
Contrariando as especulações, Ronen revelou que não será candidato a prefeito em 2008 e deu a entender que o prefeito José Luiz deverá concorrer à reeleição.

Folha da Terra – Qual o balanço que o senhor faz do seu trabalho a frente da Secretaria de Obras e Serviços Públicos do município, nesses dois anos e meio?
RA – Eu aprendi muito. Procurei preservar os funcionários que tinham experiência, para não por em risco o nosso trabalho. Eu administro da maneira que faço na minha empresa, valorizando e respeitando o funcionário. Quando se age assim, o resultado é positivo em qualquer setor. Esse tipo de administração nos deu uma equipe mais madura, preparada, que tem dado bons frutos.

FT – Atualmente a sua secretaria é considerada, senão a melhor, a que apresenta melhores resultados nesse governo. Como o senhor vê isso?
R.A – É o trabalho em equipe. Eu procurei observar a característica dos funcionários e explorar o melhor de cada um, colocando a pessoa certa no lugar certo. Essa é uma das minhas prioridades, colocar o funcionário onde ele se sente mais a vontade para trabalhar.

FT – Das obras já inauguradas nessa administração, quais o senhor considera mais importantes?
R.A – Os elogios que recebemos é pelo embelezamento da cidade, mas considero as obras de saneamento as mais importantes. Pouca gente sabe que já colocamos cerca de nove quilômetros de manilha em quase todo município. Não vou falar agora onde estivemos, irei destacar onde não estivemos, que foram as localidades de Flor dos Cambucás, no Basílio e da Viçosa, em Rio Seco. Esses bairros não foram atendidos porque são lugares que necessitam de uma maior quantidade de material, que estão sendo licitados. Além do mais, nos Cambucás encontramos o problema das construções irregulares, ou seja, onde passaria a rede de manilhas já existem casas e famílias morando. Estamos estudando uma maneira de sanear o bairro, sem prejudicar as pessoas. Na Viçosa já fizemos o trabalho topográfico, e em agosto deveremos iniciar as obras, que deverão ser concluídas até dezembro desse ano.

FT - E das obras que ainda não saíram do papel, quais em sua opinião, irão trazer mais benefícios para a cidade?
R.A – Eu quero destacar que toda obra realizada no município é resultado do setor de pesquisa que existe em nossa secretaria, ou seja, construímos o que a população almeja. O exemplo disso é o ginásio da Serra do Sambê, uma antiga reivindicação daquela comunidade que estamos realizando. Eu não sei quantos já foram ao Parque Andréia para ver a área de lazer que construímos ali. É a maior do município. Nossa pretensão é construir mais três áreas iguais a essa, nos bairros de Boqueirão, Praça Cruzeiro e Rio do Ouro. Em Boqueirão e Rio do Ouro, a área e o projeto já existem, na Praça Cruzeiro, porém, depende da desapropriação de um terreno de esquina, localizado em frente ao Jamil Material de Construção, realizada pela prefeitura. O estilo da obra depende da área que dispomos. Também temos como prioridade, a pavimentação do Parque Andréia, a canalização do rio que corta aquela comunidade, a pavimentação do Green Valley, entre outros anseios dos bairros, que foram detectados pelo nosso setor de pesquisa. Estamos correndo contra o tempo para realizar tudo isso até o fim de 2008.

FT – É pensamento de alguns, que o Secretário de Obras do prefeito José Luiz, independente de quem seja, e da sua competência, tem o trabalho facilitado por causa do perfil empreendedor do prefeito, que gosta de construir. O senhor concorda com esse pensamento?
R.A – Mas só gostar de obras não faz as coisas acontecerem. É preciso muito trabalho e determinação. Penso que hoje, o destaque da Semosp não é pelo seu trabalho, mas pelo respeito que nós dispensamos aos nossos funcionários e aos cidadãos que nos procuram solicitando os seus direitos. Às vezes, as pessoas valorizam mais a forma respeitosa como são tratadas do que muitas obras realizadas.

FT – Recebemos informações que o projeto de revitalização da Av. Presidente Castelo Branco (rua dos bancos), ainda não foi colocado em prática por causa de alguns segmentos do comércio e pessoas ligadas ao governo, que estariam exigindo alterações no projeto inicial. Qual é a verdade sobre isso?
R.A – Não foi bem isso. Primeiro nós tivemos uma perda de cerca de 50% do royalties de petróleo e depois, o prefeito pediu que nos dedicássemos a revitalização do Mercado Municipal, para que através do resultado dessa obra, as pessoas pudessem entender o tipo de trabalho que está sendo pretendido para aquele local. Nós expomos o projeto em alguns lugares do centro da cidade, para que as pessoas vissem como ficaria a rua dos bancos depois de concluída. Com relação aos comerciantes, realmente fizeram algumas exigências, nós acatamos as sugestões para que transeuntes e comerciantes sejam beneficiados com a obra. A nossa pretensão era entregar essa obra como presente de aniversário da cidade, em maio de 2008, mas por ser uma obra complexa, que causará alguns transtornos no Centro da cidade, pois envolve remoção de terra e outros fatores, ela deverá ser concluída em julho de 2008, e iniciadas em janeiro ou fevereiro do mesmo ano.

FT – A construção da calçada e da ciclovia na Avenida Manuel Duarte, na Bela Vista, recebeu duras críticas da oposição, sob o argumento das obras terem sido mal feitas, pois a calçada apresentou rachaduras e precisou ser refeita. O que aconteceu?
R.A – As críticas foram precipitadas. Houve sim, algumas trincas, porque a obra foi feita em uma época em que a temperatura estava muito alta, além do mais, rachaduras são normais em qualquer obra e a empreiteira já realizou o concerto. Já a ciclovia, as críticas são pelo fato dela ter ficado estreita. O que muita gente não sabe, é que nós precisamos respeitar a caixa da rua. Além disso, é nossa intenção realizar a mesma obra no próximo ano do outro lado da avenida, o que irá trazer um maior conforto aos usuários.

FT – Já com relação as obras do Mercado Municipal, no Centro, as críticas são quanto a demora na sua conclusão, que o senhor havia anunciado para o mês de abril. O cronograma foi mudado? O que aconteceu?
R.A – Apesar dos problemas climáticos, a obra não parou. Aconteceram contratempos comuns a qualquer construção civil. Mas, o importante é que a obra está sendo feita... Com o melhor material e com capricho, para dar conforto aos usuários. As pessoas têm dificuldade de perceber a grandiosidade do que está sendo feito. Não é só o mercado que estamos construindo ali... É um local para feira com quatro quiosques, vestiários, banheiros, barracas padrão, tabuleiros novos, um camelódromo padronizado, tudo feito após ouvirmos as pessoas que trabalham ali. Aquele local era um cartão postal negativo da cidade. Era uma vergonha apresentar aquela área aos turistas. Nós estamos mudando Rio Bonito, dando mais alegria e investindo na auto-estima do nosso povo.

FT – Além da revitalização do mercado e do seu entorno, existe algum projeto para a Praça da Bandeira?
R.A – Existe. Ali nós trabalharemos com um paisagismo diferenciado, uma posteação que dará uma nova iluminação e vamos colocar mesas e bancos que darão mais conforto aos freqüentadores. Vai ser um local agradável, que atrairá as pessoas no fim do dia e nos fins de semana, revitalizando aquela área também.

FT – A Prefeitura está abrindo uma estrada que vai ligar o Centro da cidade, ao Basílio (3º Distrito). O objetivo é alavancar o desenvolvimento em direção àquela região onde está localizado o Condomínio Industrial. Como está o andamento dessa obra e quando deve ser inaugurada?
R.A – Eu gostaria de ressaltar que a licitação feita pela prefeitura ali, foi para abrir a estrada, e não inclui a pavimentação. Já terminamos a construção da maior ponte construída por um governo municipal aqui em Rio Bonito, com 18 metros. No mês de agosto, vamos começar a construção da segunda ponte, que terá 20 metros. Para a pavimentação, nós hoje temos o privilégio de termos representantes nos governos estadual e federal, ou seja, nós iremos reivindicar junto a eles, os recursos para pavimentarmos a estrada até o fim do nosso mandato.

FT – Então podemos entender que existe um bom relacionamento do prefeito José Luiz Antunes, com o deputado estadual Marcos Abrahão e a deputada federal Solange Almeida?
R.A – O governo do prefeito José Luiz Antunes sempre esteve aberto aos entendimentos com os governos estadual e federal. Eu acho que tudo que pode enriquecer e engrandecer o nome de Rio Bonito, é válido. A política moderna é constituída de alianças e diálogo. Precisamos pensar grande, e tudo que tem o objetivo de fazer o município crescer deve ser feito.

FT – A antiga Nacional Diesel (Nadisa) foi adquirido pela prefeitura e o prefeito José Luiz anunciou que o local deverá abrigar o Centro Administrativo Municipal, que já recebeu investimentos da ordem de R$ 1,2 milhão. A partir de quando esse Centro deve estar em pleno funcionamento?
R.A – Nós procuramos através de nosso incentivo do ISS à 1%, atrair novas empresas para Rio Bonito. Infelizmente aquele prédio abandonado às margens da BR 101 e na entrada da cidade, assustava os investidores com sua imagem negativa. Já cobrimos o primeiro galpão e em julho ou agosto estaremos iniciando as obras. Depois de prontas, o local abrigará as Secretarias de Obras, de Desenvolvimento Urbano, Bem Estar Social, o Almoxarifado e a Guarda Municipal. Acredito que até o meio de 2008 esteja funcionando, pena que os nossos recursos são poucos, mas mesmo assim, procuramos fazer o possível, dentro dos nossos recursos financeiros.

FT – Alguns integrantes da oposição têm lançado dúvidas e suspeitas sobre os valores do orçamento de algumas obras. Como o senhor analisa esse fato?
R.A – Essas dúvidas não podem existir. Os processos estão lá e os valores estão expostos. O prefeito não gosta de construir obras miúdas e quadrinhas, ele gosta de obras de grande porte, que seja o melhor para a população, como a área de lazer e o ginásio que inauguramos no Parque Andréia. Na Serra do Sambê, por exemplo, estamos construindo um espaço que pouca gente acreditava. Durante dois meses ficamos ali, só quebrando pedra e perfurando a fundação, porque o lugar é bem difícil. Embaixo do ginásio será instalado um Centro Social, ou seja, é uma coisa grandiosa. Penso que ao longo dos anos, as pessoas se acostumaram com obras sem expressão, quadrinhas, coisas pequenas. Mas nós procuramos dar o melhor para a população. Desafio qualquer um que quiser comparar as obras que são feitas hoje, com as que são feitas em outros municípios e as obras de anos anteriores.

FT – Fica muito nítido, que algumas ações do Chefe do Executivo não acontecem como deveriam, porque existem alguns desencontros entre as secretarias. O senhor percebe essa situação, como vocês trabalham?
R.A – Realmente as secretarias têm as suas dificuldades, mas não vejo desentendimento. Eu vejo que o tempo, de dois anos e meio é muito pouco para conseguirmos funcionar bem. Existem algumas pessoas que ainda não conseguiram alcançar o que pretendem. Mas nós realizamos reuniões periódicas para que todos possam estar no mesmo patamar.

FT - O nome do senhor tem sido cogitado como provável sucessor do prefeito José Luiz Antunes para as eleições de 2008 ou para 2012, caso ele seja eleito para um segundo mandato. Como o senhor encara essa expectativa?
R.A – Eu agradeço essa indicação, que em minha opinião é o reconhecimento do trabalho que vem sendo feito pela equipe da Semosp. Afirmo também, que em poucos municípios ocorreram tantas transformações em tão pouco tempo. Fazer o que já fizemos nos dois primeiros anos de mandato é muito difícil. Mas com o poder de administração e empreendedorismo que existe em nosso prefeito, em pouco tempo a cidade foi modificada. Eu vejo hoje, que José Luiz Mandiocão é o melhor para Rio Bonito em 2008. Ele ainda não falou nada conosco, mas eu, Ronen, acredito que ele dispute a reeleição. Quero destacar que não sou candidato a nada. Aliás, sou sim, pré-candidato a Secretário de Obras, em 2009. Agradeço os convites, a consideração, mas o futuro a Deus pertence.

FT – O senhor é o atual presidente do diretório municipal do Democratas, antigo PFL, partido do prefeito José Luiz Antunes. Como o senhor analisa essa mudança de sigla partidária? E o prefeito, continua no partido?
R.A – Esperávamos essa reforma para ver qual rumo tomar, mas as mudanças foram insignificantes. Mudou-se o nome, mas não os ideais. Aliás, para nós da esfera municipal isso não tem grande importância. Provavelmente, em agosto, vamos nos reunir com a cúpula do partido para conversarmos sobre as eleições municipais. Certamente o prefeito deverá disputar a sua reeleição pelo partido.

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