24/07/2013 14:31:51
Guilherme Duarte
O período de férias, para a maioria das crianças e adolescentes, é sinônimo de divertimento e descontração. Em Rio Bonito, particularmente, é só entrar o mês de julho para as pipas tomarem conta do céu da cidade. No último domingo (14), centenas de jovens se reuniram na Bela Vista para mais uma tarde de diversão. Mas este passatempo, aparentemente inocente, pode se tornar perigoso sem os devidos cuidados.
O que começa com uma simples brincadeira acaba se transformando numa disputa acirrada quando o objetivo é cortar a pipa do “adversário”. É quando entra em cena o velho e conhecido cerol. Resultado de uma mistura de cola e vidro moído, o cerol é aplicado diretamente nas linhas das pipas, que passam a ser altamente cortantes. Os ferimentos mais comuns são os cortes na altura do rosto. No entanto, estes ferimentos podem variar de pequenos machucados até provocar a morte, principalmente por cortes no pescoço.
Outra preocupação das autoridades de segurança é a linha chilena. Febre entre a garotada, a “chilena” é feita de cola de madeira e óxido de alumínio e corta quatro vezes mais do que o tradicional cerol. Este tipo de linha tem a sua comercialização proibida e o estabelecimento que vender pode ser multado. Apesar disso, é comum ver jovens manuseado a linha em Rio Bonito para a preocupação de motociclistas, ciclistas e pedestres que passam pela Bela Vista e outros locais onde a diversão é comum.
No último dia 14, uma mulher, de 20 anos, morreu em Goiânia após ser atingida por uma linha com cerol. A vítima, que estava na garupa de uma motocicleta, teve um corte no pescoço. Moradores da região chegaram a socorrê-la e a levaram para a unidade de saúde, mas ela não resistiu ao ferimento. Em campos, uma menina, de 11 anos, morreu eletrocutada ao tentar puxar a pipa que estava com a linha presa na rede de energia elétrica.
Apesar dos perigos, soltar pipa parece ser o passatempo preferido dos jovens riobonitenses, principalmente nas tardes de domingo. O local de maior concentração de pipas é o bairro Bela Vista, mais precisamente no terreno ao lado do posto de saúde. Lá, centenas de jovens de diversos bairros da cidade e de outros municípios colorem o céu com pipas de vários formatos. Morador do Parque Indiano, Lucas Quintanilha, é frequentador assíduo do local. “É um dos meus passatempos preferidos. Domingo estarei lá de novo. A diversão é garantida”, disse Lucas.
Comércio
E não é só a garotada que espera ansiosamente a chegada das férias. O comerciante Élcio Moura, da Élcio Pipas (Mercado Municipal), conta que desde o início das férias escolares as vendas aumentaram consideravelmente. “Só nesse período de férias já vendemos cerca de 20 mil pipas. Não estou dando conta da demanda. Até o fim de agosto, a expectativa é que esse número suba para 30 mil”, afirmou Élcio.
Referência no ramo, Élcio garante que não comercializa produtos proibidos no seu estabelecimento. “Não vendo cerol e nem linha chilena aqui. O cerol nunca vai acabar, é preciso que as pessoas tenham consciência. Os motociclistas também precisam se prevenir instalando uma antena na frente da moto”, alertou Élcio.
De acordo com o comerciante, a raia é o modelo mais procurado. “Sem dúvida, a raia é a que mais vende, é a preferida da garotada. Os preços variam de R$ 0,50 (raia pequena) até R$ 1,50 (folhão). É uma brincadeira barata, com R$ 8 (pipa e linha) é possível passar uma tarde inteira soltando pipa”, disse Élcio.
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