Solange Almeida rebate declarações de Marcos

Flávio Azevedo

Em uma rápida participação no programa “O Tempo em Rio Bonito”, da rádio Sambê FM (98.7), no último dia 13 de dezembro, a deputada federal Solange Almeida (PMDB) comentou as declarações do deputado estadual Marcos Abrahão sobre ela. Entrevistado no programa, do dia 1º de novembro, ao ser perguntado pela atuação da deputada no Congresso Nacional – ela afirma que Rio Bonito não manda projetos para que os recursos federais sejam liberados – Abrahão disse que a deputada “é retardada mental e está pensando que as pessoas também são retardadas. Para que serve o deputado? Está querendo o enganar quem? Não precisa o município ir à Brasília, porque o deputado está lá para representar a cidade. Para isso fomos eleitos! Não tem que colocar a culpa no prefeito... Ela tem que fazer a parte dela!”.

Na ocasião o deputado enumerou os projetos do governo estadual que chegaram ao município (R$ 1 milhão para os desabrigados, Ciretran, a Coordenadoria de Educação, o Suderj em Forma, transporte rural), criticou a maneira da deputada fazer política e fez uma declaração que ainda está gerando polêmica. “Ela (Solange) foi prefeita... E, qual foi o projeto que ela mandou para Brasília? Precisamos acabar com essa bandidagem de fazer política carregando gente para hospital. Mas a mão de Deus é pesada... E, às vezes, ela se abate sobre alguém que você gosta!”.

Visivelmente constrangida, a deputada ouviu a reprise de alguns trechos da entrevista de Abrahão, não quis polemizar, mas criticou a postura do parlamentar. “Não vou polemizar com o deputado, porque não é essa a minha função, até porque ele não tem educação para que agente esteja polemizando no mesmo nível. Todos sabem da vida do deputado Marcos Abrahão e tudo o que eu tinha que falar sobre ele, eu já falei há anos atrás. O problema é que ele muitas vezes não respeita a dor das pessoas e das famílias”.

Sobre a declaração mais polêmica, que gerou mal-estar, inclusive, entre as pessoas ligadas ao deputado, Solange disse que “pode me chamar de retardada mental, bicho peçonhento, que quer me ver morta numa mesa do Instituto Médico Legal (IML), que tem que matar, que tem que dar um tiro, isso é bem o estilo do deputado, só não pode deixar de respeitar a dor da minha família. Esse direito ele não tem. Eu peço a Deus que nenhuma família passe pelo que eu passei e as que passarem que tenham as condições que Deus me deu”, desabafou.

Agradecimento

De acordo com a deputada Solange Almeida, ela só tem que agradecer a população riobonitense, porque “independente de partido, todos, ou quase todos estiveram orando e rezando pela minha família. Eu realmente não sou nascida aqui, mas devido o carinho que a população tem para comigo, eu me considero uma filha muito querida de Rio Bonito. E não tenho o que polemizar com esse deputado, que, infelizmente, gosta desse tipo de diálogo”.

A deputada comentou que durante três meses esteve fora do município junto da sua família. “Estive fazendo uma coisa que muitas vezes, por causa da política eu deixei de lado, que é ser esposa... Mãe... E, quero agradecer a Deus a família maravilhosa que eu tenho. Mas eu não me arrependo de colocar o meu tempo a disposição do ser humano, uma coisa que qualquer um faz”. Embora Solange tenha dito que não queria polemizar e afirmado que não gostaria de estar sendo entrevistada para falar desse assunto, ela voltou a dar outra alfinetada em Marcos Abrahão.

– Eu gostaria muito de dizer para aquelas pessoas que não tem sentimento e nenhuma emoção dentro de si, que guarde para você a sua ira e a sua raiva. Não coloca isso para fora porque fica feio e você perde com a comunidade. Nós podemos ter todas as desavenças políticas, discutir, debater, se agredir, mas na hora da família e da dor, nós temos que ter mais respeito com as pessoas – disse.

Atuação como deputada

Sobre o comentário de Marcos Abrahão, que ela não estaria fazendo nada por Rio Bonito e região como deputada federal, Solange disse que não tem que provar nada em Rio Bonito. Segundo ela, a Prefeitura Municipal tem cinco pendências com o CALC – espécie de malha fina para os municípios – e isso impede que o município receba recursos federais. “O governo federal não é o governo do estado, mas infelizmente tem pessoas ignorantes que desconhecem isso. Eu fiz um ofício ao prefeito José Luiz informando que eu não estou colocando emenda nenhuma para Rio Bonito, porque os recursos não serão repassados, como não houve o repasse dos R$ 400 mil que eu coloquei para o município há dois anos”.

Apesar do débito do município com o CALC, a deputada afirma que conseguiu fazer o que pode para beneficiar a população de Rio Bonito. “Conseguimos colocar R$ 1.238 milhão no Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) – a direção a direção fez um excelente trabalho, economizou R$ 500 mil, que foram devolvidos e estamos trabalhando para que esse recurso possa ser reutilizado – e estamos lutando para que Rio Bonito tenha um Centro de Terapia Intensiva (CTI), através da liberação de alguns equipamentos”.

Segundo a parlamentar, através da sua atuação, Rio Bonito recebeu um recurso de R$ 400 mil de Furnas Centrais Elétricas, que foi destinado ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. “O Projeto Curumim, a Sociedade Pestalozzi e a Creche Nossa Senhora da Conceição foram beneficiados com esse recurso, que também vai permitir a construção da Casa da Criança, uma a obra deve estar sendo licitada por agora”, comentou. Ela revelou ainda, que “também via Furnas, eu trouxe um projeto cultural para a nossa cidade e tenho conseguido vários empregos para a nossa população”, concluiu.